Sobre

A Douglas Cortinovis é artista Visual, educadora social, tem graduação em psicologia e pós graduanda em psicanálise. Nasceu em São Gonçalo, porém, grande parte de sua vida transitou por favelas de Niterói, o que se tornou ponto de partida para suas criações artísticas. Utiliza a gravura, pintura, escrita e performance como forma de expressão, uma curiosidade é que produz com as duas mãos por ser ambidestra. Tem como princípio entender as relações entre corpo, escrita e visualidade. Assim como produzir questionamentos, em relação à epistemologia hegemônica, construir novas narrativas, palavras, noções de mundo, que contemplem a corpos como o seu.  Insujeição, recusa ao óbvio, criação do novo, são palavras chave para seus trabalhos que desafiam discursos autoritários, as normas e seus dispositivos de poder. Passou por instituições como Parque Lage, Casa da Escada Colorida e Ateliê 397.

Palavra Corpo

De forma contra hegemônica a pesquisa se move como voz dissonante a tudo aquilo que tenta impossibilitar a vida, como contestar hierarquias e instituições que normalizaram processos de violências ligados a corpos trans e travestis, mas não só.  Transmutar inquietações e questionamentos de um corpo em trânsito, que permeia as fronteiras e recusa territorialidades impostas. Se interessa nas palavras como ferramenta de enunciação e afirmação de sí. Escreve para deixar rastros, a permanência de algum registro, para o agora e o depois. A linguagem escrita está inserida na obra como elemento gráfico-poético. , mas também tecno-poético

Caligrafias ilegíveis ou na maioria das vezes deformadas, convidam a abstrações. 

Cria signos, símbolos e alfabetos próprios, questionando a fronteira entre escrita/visualidade. Carregadas de mistérios, talvez nunca decifráveis, são palavras  muitas vezes  insubmissas a leitura, as normas de escrita  e gesto. Um convite à criação, remontar significados, desvincular de contornos rígidos. Criar uma língua  que comporte existências outras, transponham o previsível e a obviedade do olhar. Para o regime binário de gênero, sugiro palavras que criem aquilo que talvez ainda não tenha sido nomeado.

عيناك لا تكذب